Supercomputador é utilizado para desenvolver medicamentos mais rápida e eficazmente

Um supercomputador de um centro de investigação do Texas (Estados Unidos) está a ser utilizado para desenvolver novos medicamentos de forma mais rápida e barata, anunciou a Fundação Nacional de Ciência norte-americana.

A fundação, que é uma das financiadoras do projecto, explicou que a descoberta de um novo medicamento resulta de um“esforço hercúleo”, já que, em média, leva 15 anos e mais de 648 milhões de euros gastos em pesquisa e desenvolvimento. Por isso, o uso de informática avançada é “crucial”, uma vez que pode simular virtualmente a ligação entre proteínas e iões ou moléculas de uma forma muito mais rápida do que em laboratório.

As possibilidades de cura são, assim, reduzidas de milhões para centenas de hipóteses. Vários medicamentos que inibem o desenvolvimento do vírus VIH foram descobertos assim, informou ainda a fundação.

O trabalho está a ser desenvolvido pelo cientista Pengyu Ren, professor de engenharia biomédica na Universidade do Texas, em Austin, que está a tentar resolver a questão de existir um grande grupo de ligações entre proteínas e moléculas. A equipa do investigador está a testar e a desenvolver modelos computacionais para 
“reproduzir os dados experimentais relatados na literatura [académica].

Este estudo é apresentado como um dos mais abrangentes nesta área através de simulações de todos os átomos. 
“Antigamente, os atalhos eram necessários para se conseguir maior velocidade. Os investigadores fizeram aproximação de modelos físicos porque os computacionais eram muito caros”, notou Pengyu Ren.

Agora, neste recurso ao computador, também é acrescentado um trabalho adicional do ramo da Física para “obter previsões mais precisas”. Estão a ser aplicados 200 conjuntos de dez famílias de proteínas e o resultado que for considerado como mais eficaz e que seja comprovado de “forma consistente”, deverá ser utilizado pelos químicos, considerou Michael Gonzalez, director de programa de Ciências da Vida no mesmo centro norte-americano.

Ren também procura inibidores de proteínas que podem estar envolvidos em cancro ou outras doenças.
 “Em caso de sucesso poderão ser projectadas possibilidades de medicamentos mais potentes, mas com menos efeitos secundários”, afirmou.



Texto retirado do site: cienciahoje.pt